A cara da nova ponte e o seu dna

A cara do suor do povo de Ilhéus
JBO

Teve deputado que se apressou em postar a notícia nas redes sociais. Os telefones das redações dos sites, jornais e emissoras de rádio não pararam de tocar. Deputados e prefeito, cheios de informações para dar. Nunca se viu antes, em Ilhéus, tanto pai (ou mãe) de uma criança como a do anúncio de que, finalmente, já se sabe qual empresa tocará a construção de uma nova ponte em Ilhéus.

Mas, de fato, há apenas dois protagonistas na realização deste sonho: o governador Jaques Wagner e o povo de Ilhéus. O primeiro, por, incialmente, alimentar o sonho. E agora permitir que ele se realize. O segundo, pela luta, pela indignação nos tempos de dúvida, pela esperança nos tempos mais férteis. Mais ninguém.

A luta pela nova ponte talvez represente a maior conjectura de forças que Ilhéus já reuniu nos últimos anos. Foi de trabalhador simples, que precisa atravessar a congestionada Lomanto Júnior todos os dias, aos empresários que vislumbram novos investimentos numa área nobre da cidade: a zona sul.

Foi, inclusive, de quem pouco usa a ponte para atravessar de um lado a outro da cidade.

Por certo, o "registro" da ponte traga nome e sobrenomes daqueles que precisam, agora, assumir a paternidade ( ou a maternidade) da iniciativa, como forma de sobrevivência política e conveniência eleitoral.

Mas a nova ponte de Ilhéus, tem a "cara", o "dna", da luta do povo de Ilhéus.

Foi quem, efetivamente, em nenhum momento se calou ou abaixou a cabeça.